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Início :: Occulti :: Anjos II


  • Nem a gravidade do bronze, Nem a densidade do mármore ou do alabastro Tem um sentido para essas criaturas intangíveis.

    Nem a gravidade do bronze,
    Nem a densidade do mármore ou do alabastro
    Tem um sentido para essas criaturas intangíveis.

  • Issos são só umas conchas vazias, Umas carapaças efémeras, Projeção do ideal deles Numa matéria para nós mais acessível, Tradução da natureza etérea deles Para os nossos sentidos rudes.

    Issos são só umas conchas vazias,
    Umas carapaças efémeras,
    Projeção do ideal deles
    Numa matéria para nós mais acessível,
    Tradução da natureza etérea deles
    Para os nossos sentidos rudes.

  • E se as intempéries erodam-nos, Se as asas deles caiam, Cansadas de não terem levantado voo, Se os olhares deles murchem-se da nossa indiferença, Conformam-se, Fora de alcance desta decrepitude demasiado material.

    E se as intempéries erodam-nos,
    Se as asas deles caiam,
    Cansadas de não terem levantado voo,
    Se os olhares deles murchem-se da nossa indiferença,
    Conformam-se,
    Fora de alcance desta decrepitude demasiado material.

  • Porque neles permanece sempre a força De proteger-nos e de abençoar-nos, Como uma necessidade intrínseca Tão pouco paga em compensação.

    Porque neles permanece sempre a força
    De proteger-nos e de abençoar-nos,
    Como uma necessidade intrínseca
    Tão pouco paga em compensação.

  • Os olhos deles interrogam-nos e perguntam-nos Olhares apaziguadores, desviados ou francos Não julgam, nem avaliam São apenas abertos sobre nos Com paciência e resignação Come se nada tivesse nenhuma importância.

    Os olhos deles interrogam-nos e perguntam-nos
    Olhares apaziguadores, desviados ou francos
    Não julgam, nem avaliam
    São apenas abertos sobre nos
    Com paciência e resignação
    Come se nada tivesse nenhuma importância.

  • E fazê-los soprar numas trompas inexistentes Ilude-nos de importância, Embora sejamos bem incapazes De ouvir a música celeste deles.

    E fazê-los soprar numas trompas inexistentes
    Ilude-nos de importância,
    Embora sejamos bem incapazes
    De ouvir a música celeste deles.

  • Mas não têm rigor disso, Porque bebem no cálice do Tempo E sabem bem que nós tornaremos só pó, Enquanto flutuaram mais e sempre Além da nossa compreensão humana.

    Mas não têm rigor disso,
    Porque bebem no cálice do Tempo
    E sabem bem que nós tornaremos só pó,
    Enquanto flutuaram mais e sempre
    Além da nossa compreensão humana.

Lugar: Montreal (Canadá)
Anos: 2003-2004